Embrapa de Seropédica estuda redução das emissões CO2 na atmosfera

28/12/2015 10:35

 

Fixação biológica de nitrogênio pode reduzir as emissões de GEE na agricultura

Pesquisas realizadas pela Embrapa Agrobiologia (RJ) mostram que a fixação biológica de nitrogênio (FBN) – processo realizado por alguns microrganismos que promovem nutrição nitrogenada das plantas – pode contribuir para a redução das emissões atmosféricas de óxido nitroso (um dos gases de efeito estufa) em lavouras de grãos e cana-de-açúcar. Experimentos feitos na Bahia com bactérias fixadoras de nitrogênio na cultura do milho revelam que, além de acréscimo de produção, os microrganismos contribuem para uma maior eficiência do fertilizante. “Foi possível reduzir pela metade a dose de fertilizante aplicado e consequentemente reduzimos as emissões de gases de efeito estufa”, afirma o pesquisador Bruno Alves, da Embrapa. No Rio de Janeiro, em experimentos com cana-de-açúcar, as bactérias levaram ao aumento de produção e evitaram uma emissão estimada em 1.300 kg de CO2 equivalente por hectare.

Alves explica que a emissão de GEEs das lavouras está diretamente associada à adubação nitrogenada. As plantas utilizam menos de 50% do fertilizante aplicado. “Isso significa que, na maioria das vezes, aplica-se pelo menos o dobro de nitrogênio necessário para o crescimento e produção da planta”, revela. O que não é absorvido fica no solo ou se perde para a atmosfera.

Nessa situação, as perdas gasosas de nitrogênio (N) mais preocupantes são a volatilização de amônia e de óxido nitroso (N2O), um gás com poder de aquecimento atmosférico de aproximadamente 300 vezes o do gás carbônico (CO2). “Uma das soluções para reduzir essas emissões é aplicar menos fertilizante nitrogenado nas lavouras, mas isso tem que ser feito sem prejudicar a produção”, explica o pesquisador. Para isso, é importante aumentar a eficiência com que a planta utiliza o fertilizante.

As pesquisas indicam algumas possibilidades, como a fertilização parcelada e o uso de produtos de eficiência aumentada, que liberam lentamente o nitrogênio. Misturar ao fertilizante inibidores dos processos biológicos que geram perdas de nitrogênio em formas gasosas também é uma alternativa. “Se o fertilizante é mais bem aproveitado pela planta, o que fica disponível para perda é menor, e com isso as emissões de N2O se reduzem. Mas não são ações simples, uma vez que questões de caráter prático e econômico podem inviabilizá-las”, comenta a pesquisadora Cláudia Jantalia, que avalia a eficiência de alguns fertilizantes mais utilizados nas lavouras e as emissões de GEE.

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